Linguagem corporal é um tema que vira e mexe ganha espaço na mídia, nos consultórios e chega até ao noticiário político e esportivo. Se o corpo de fato cria padrões de gestos e expressões que ajudam a intuir reações das outras pessoas, existe todo um universo de sentidos que não pode ser resumido nesses gestos. A primeira dica está em cada um de nós, a todo tempo, todo o dia. Sabemos bem a quantidade de pensamentos e sentimentos que nos atravessam em uma situação qualquer – impressões, reações, julgamentos, desejos etc. – e que se mantêm como segredo dentro de nós.
Mais do que isso, o corpo vai muito além da superfície que é decifrável a olho nu. Seus diferentes tecidos e órgãos estão intimamente ligados ao nosso comportamento, à nossa expressão no mundo e nossas percepções dele. De fato, criamos memórias e qualidades de ser por meio das camadas internas do corpo.
Reduzir algumas expressões do corpo a um comportamento específico, usando frases matemáticas do tipo “se braços cruzados então isso ou aquilo” é ignorar a complexidade do universo corporal. É insistir no paradigma cartesiano do pensamento que diz que o corpo é regido pela mente, que está alocada no cérebro e que nos torna algo mais parecidos com máquinas do que com um sistema vivo cheio de surpresas.
A neurociência tem multiplicado estudos e constatações sobre como a cognição humana é produto do corpo como um todo, incluindo até os micróbios que nos habitam até as tripas. Isso quer dizer que, sim, a linguagem corporal permite intuir o que está à tona. Porém o que move os gestos e expressões é algo muito mais profundo, rico e difuso. Para saber mais sobre quem você observa, o melhor mesmo é sair do lugar de perito, conectar-se mutuamente e conversar.
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