O forte aumento no desmatamento apontado por números do INPE (instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) foi considerado pelo governo brasileiro como mentirosos. Refutar dados científicos de um desmatamento alarmante é ignorar a condição sistêmica da vida no planeta. E a correlação entre economia, sociedade e, sim, cultura, com a biodiversidade.
O livro “The Ecology of Eden”, de Evan Eisenberg, traz uma boa referência sobre o assunto, mostrando como o declínio da diversidade de um ecossistema é acompanhado pelo declínio na diversidade cultural da sociedade que o habita. Nessa perspectiva, faz sentido que um governo dedicado a enfraquecer a cultura do próprio país, também esteja focado em devastar a natureza que o ocupa.
De uma perspectiva ecosomática, é possível ir ainda mais longe na reflexão: atentar contra a diversidade do ambiente é uma medida que faz todo o sentido para um governo que é contra a diversidade dos corpos que vivem interna e externamente, natural e culturalmente, de modo integrado e interdependente. Tanto na floresta, como nas cidades. Esse governo é menos incoerente do que parece.
Pressionar contra o movimento que ele põe em prática, é uma questão de corpo, alma, ciência, política e economia.